Existem dois tipos de medidores de vazão, os medidores de quantidade e os medidores
volumétricos.
1. MEDIDORES DE QUANTIDADE
São aqueles que, a qualquer instante permitem saber que quantidade de fluxo passou mas não vazão
do fluxo que está passando. Exemplo: bombas de gasolina, hidrômetros, balanças industriais, etc.
a) Medidores de Quantidade por Pesagem São utilizados para medição de sólidos, que são as
balanças industriais.
b) Medidores de Quantidade Volumétrica São aqueles que o fluído, passando em quantidades
sucessivas pelo mecanismo de medição faz com que o mesmo acione o mecanismo de indicação.
São este medidores que são utilizados para serem os elementos primários das bombas de
gasolina e dos hidrômetros. Exemplo: disco nutante, tipo pistão rotativo oscilante, tipo pistão
alternativa, tipo pás, tipo engrenagem, etc.
MEDIDORES VOLUMÉTRICOS
São aqueles que exprimem a vazão por unidade de tempo.
a) Medição de Vazão por Pressão Diferencial
A pressão diferencial é produzida por vários tipos de elementos primários colocados na tubulação
de forma tal que o fluído passa através deles. A sua função é aumentar a velocidade do fluído
diminuindo a área da seção em um pequeno comprimento para haver uma queda de pressão. A
vazão pode então, ser medida a partir desta queda. Uma vantagem primordial dos medidores de
vazão por P, é que os mesmos podem ser aplicados numa grande variedade de medições,
envolvendo a maioria dos gases e líquidos, inclusive fluídos com sólidos em suspensão, bem como
fluídos viscosos, em uma faixa de temperatura e pressão bastante ampla. Um inconveniente deste tipo de medidor é a perda de carga que o mesmo causa ao processo , sendo a placa de orifício, o
dispositivo que provoca a maior perda de carga "irrecuperável" ( de 40% a 80% do P gerado).
PLACA DE ORIFÍCIO
Dos muitos dispositivos inseridos numa tubulação para se criar uma pressão diferencial, o mais
simples e mais comum empregado é o da placa de orifício. Consiste em uma placa precisamente
perfurada, a qual é instalada perpendicularmente ao eixo da tubulação. É essencial que as bordas do
orifício estejam sempre perfeitas, porque, se ficarem, imprecisas ou corroídas pelo fluído, a precisão
da medição será comprometida. Comumente, são fabricadas com aço inox, monel, latão, etc.,
dependendo do fluído.
Tipos de Orifícios
a) Orifício concêntrico: Este tipo de placa é utilizado para líquidos, gases e vapor que não contenham sólidos
em suspensão.
b) Orifíco excêntrico: Utilizada quando tivermos fluído com sólidos em suspensão, os quais possam
ser retidos e acumulados na base da placa, sendo o orifício posicionado na parte de baixo do
tubo.
c) Orifício segmental: Esta placa tem a abertura para passagem de fluido, disposta em forma de
segmento de círculo. É destinada para uso em fluídos laminados e com alta porcentagem de
sólidos em suspensão.
TUBO VENTURI
O tubo Venturi, combina dentro de uma unidade simples, uma curta garganta estreitada entre duas
seções cônicas e está usualmente instalado entre duas flanges, numa tubulações. Seu propósito é
acelerar o fluído e temporariamente baixar sua pressão estática.
A recuperação de pressão em um tubo Venturi é bastante eficiente, como podemos ver na figura a
seguir, sendo seu uso recomendado quando se deseja um maior restabelecimento de pressão e
quando o fluido medido carrega sólidos em suspensão. O Venturi produz um diferencial menor que
uma placa de orifício para uma mesma vazão e diâmetro igual à sua garganta.
Bocal de Vazão
O Bocal de vazão (Flow nozzle) é, em muitos aspectos um meio termo entre a placa de orifício e o
tubo Venturi. O perfil dos bocais de vazão permite sua aplicação em serviços onde o fluído é
abrasivo e corrosivo. O perfil de entrada é projetado de forma à guiar a veia fluída até atingir a
seção mais estrangulada do elemento de medição, seguindo uma curva elíptica (projeto ASME) ou
pseudoelíptica (projeto ISA). Seu principal uso é em medição de vapor com alta velocidade,
recomendado p/ tubulações > 50mm.
Tubo Pitot
É um dispositivo para medição de vazão através da velocidade detectada em um ponto da tubulação.
O tubo de Pitot é um tubo com uma abertura em sua extremidade, sendo esta colocada na direção da
corrente fluida de um duto. A diferença da pressão total e a pressão estática da linha nos dará a
pressão dinâmica, a qual é proporcional ao quadrado da velocidade.
Medidor Tipo Annubar
O Annubar é um dispositivo de produção de pressão diferencial que ocupa todo o diâmetro do tubo .
O annubar é projetado para medir a vazão total , de forma diferente dos dispositivos tradicionais de
pressão diferencial .
Rotâmetros
Rotâmetros são medidores de vazão por área variável, nos quais um flutuador varia sua posição
dentro de um tubo cônico, proporcionalmente à vazão do fluido.Basicamente, um rotâmetro
consiste de duas partes:
1) Um tubo de vidro de formato cônico, o qual é colocado verticalmente na tubulação em que
passará o fluido que queremos medir. A extremidade maior do tubo cônico ficará voltada para
cima.
2) No interior do tubo cônico teremos um flutuador que se moverá verticalmente, em função da
vazão medida.
Princípio Básico
O fluido passa através do tubo da base para o topo. Quando não há vazão, o flutuador permanece na
base do tubo e seu diâmetro maior é usualmente selecionado de tal maneira que bloqueie a pequena
extremidade do tubo, quase que completamente. Quando a vazão começa e o fluido atinge o
flutuador, o empuxo torna o flutuador mais leve; porém, como o flutuador tem uma densidade
maior que a do fluido, o empuxo não é suficiente para levantar o flutuador. A área de passagem
oferece resistência à vazão e a queda de pressão do fluido começa a aumentar. Quando a pressão
diferencial, somada ao efeito de empuxo do líquido, excede a pressão devido ao peso do flutuador,
então o flutuador sobe e flutua na corrente fluida.
Com o movimento ascendente do flutuador em direção à parte mais larga do tubo, a área anular,
entre a parede do tubo de vidro e a periferia do flutuador, aumenta. Como a área aumente, o
diferencial de pressão devido ao flutuador decresce. O flutuador ficará em equilíbrio dinâmico
quando a pressão diferencial através do flutuador somada ao efeito do empuxo contrabalançar o
peso do flutuador. Qualquer aumento na vazão movimenta o flutuador para a parte superior do tubo
de vidro e a diminuição causa uma queda a um nível mais baixo. Cada posição do flutuador
corresponde a um valor determinado de vazão e somente um. É somente necessário colocar uma
escala calibrada na parte externa do tubo e a vazão poderá ser determinada pela observação direta
da posição do flutuador.
MEDIDORES DE VAZÃO EM CANAIS ABERTOS
Os dois principais tipos são: o vertedor e a calha de Parshall.
Vertedor
O vertedor mede a altura estática do fluxo em reservatório que verte o fluído de uma abertura de
forma variável.
Calha de Parshall
O medidor tipo calha de Parshall é um tipo de Venturi aberto que mede a altura estática do fluxo. É
um medir mais vantajoso que o vertedor, porque apresenta menor perda de carga e serve para medir
fluídos com sólidos em suspensão. MEDIDORES ESPECIAIS DE VAZÃO
Os principais medidores especiais de vazão são: medidores magnéticos de vazão com eletrodos, tipo
turbina, tipo Coriolis , Vortex e Ultra-sônico
Medidor Eletromagnético de Vazão
O medidor magnético de vazão é seguramente um dos medidores mais flexíveis e universais dentre
os métodos de medição de vazão . Sua perda de carga é equivalente a de um trecho reto de
tubulação, já que não possui qualquer obstrução. É virtualmente insensível à densidade e à
viscosidade do fluido de medição. Medidores magnéticos são portanto ideais para medição de
produtos químicos altamente corrosivos, fluidos com sólidos em suspensão, lama, água, polpa de
papel. Sua aplicação estende-se desde saneamento até indústrias químicas, papel e celulose,
mineração e indústrias alimentícias. A única restrição, em princípio é que o fluído tem que ser
eletricamente condutivo. Tem ainda como limitação o fato de fluidos com propriedades magnéticas
adicionarem um certo erro de medição. De acordo com a Lei de Faraday de Indução Magnética,
uma tensão é induzida em um condutor que se move em um campo magnético. Com o princípio de
medida eletromagnética, o fluído se move dentro do condutor. A tensão induzida é proporcional ao
fluxo e é medido por um par de eletrodos. Conhecendo-se a área da seção do duto, o volume do
fluído pode ser calculado. A figura abaixo mostra o princípio de operação deste tipo de instrumento. Medidor Tipo Turbina
O medidor é constituído basicamente por um rotor montado axialmente na tubulação . O rotor é
provido de aletas que o fazem girar quando passa um fluido na tubulação do processo . Uma bobina
captadora com um imã permanente é montada externamente fora da trajetória do fluido . Quando
este se movimenta através do tubo , o rotor gira a uma velocidade determinada pela velocidade do
fluido e pelo ângulo das lâminas do rotor . Á medida que cada lâmina passa diante da bobina e do
imã , ocorre uma variação da relutância do circuito magnético e no fluxo magnético total a que está
submetida a bobina . Verifica-se então a indução de um ciclo de tensão alternada . A freqüência dos
pulsos gerados desta maneira é proporcional á velocidade do fluido e a Vazão pode ser determinada
pela medição / totalização de pulsos . Medidor por Efeito Coriolis
É um instrumento de grande sucesso no momento, pois tem grande aplicabilidade desde indústria
alimentícia, farmacêutica, química, papel, petróleo etc. e sua medição, independe das variáveis de
processo - densidade, viscosidade, condutibilidade, pressão, temperatura, perfil do fluído.
Resumidamente, um medidor Coriolis possui dois componentes: tubos de sensores de medição e
transmissor. Os tubos de medição são submetidos a uma oscilação e ficam vibrando na sua própria
freqüência natural à baixa amplitude, quase imperceptível a olho nu. Quando um fluído qualquer é
introduzido no tubo em vibração, o efeito do Coriolis se manifesta causando uma deformação, isto
é, uma torção, que é captada por meio de sensores magnéticos que geram uma tensão em formato de
ondas senoidais. As forças geradas pelos tubos criam uma certa oposição à passagem do fluido na
sua região de entrada (região da bobina1) , e em oposição auxiliam o fluído na região de saída dos
tubos O atraso entre os dois lados é diretamente proporcional à vazão mássica. Um RTD é montado
no tubo, monitorando a temperatura deste, a fim de compensar as vibrações das deformações
elásticas sofridas com a oscilação da temperatura.
O princípio de medida é baseado sobre a geração das forças de Coriolis. Estas forças estão sempre presentes
quando movimentos de translação e rotação ocorrem simultaneamente.
→ → →
× = Fc m v
2 ω
onde:
Fc = força de Coriolis.
m = massa do fluído em movimento.
ω = velocidade angular.
v = velocidade radial em um sistema em rotação ou oscilação.
A amplitude da força de Coriolis depende da massa em movimento m , sua velocidade v no sistema e,
então, seu fluxo de massa.
A força de Coriolis produzida no duto causa um desvio de fase na oscilação do tubo (ver figura a seguir).
• Quando o fluxo é zero, ambos tubos oscilam em fase (1).
• Quando há fluxo, a oscilação do tubo é desacelerada na entrada do tubo (2) e acelerada na saída do tubo
(3).
As oscilação são determinadas usando sensores eletrodinâmicos na entra da e na saída dos tubos. Este
princípio de medida é independente da temperatura, pressão, viscosidade, condutividade ou do perfil do fluxo.
Os tubos de medidas são continuamente excitados em suas freqüências de ressonância. Quando a massa, e
então a densidade, do sistema oscilante varia (tubo e fluído), a freqüência de ressonância é reajustada. Medidor Vortex
Quando um anteparo de geometria definida é colocado de forma a obstruir parcialmente uma
tubulação em que escoa um fluido, ocorre a formação de vórtices; que se desprendem
alternadamente de cada lado do anteparo, como mostrado na figura abaixo. Este é um fenômeno
muito conhecido e demostrado em todos os livros de mecânica dos fluidos. Os vórtices também
podem ser observados em situações freqüentes do nosso dia a dia, como por exemplo: O movimento
oscilatório da plantas aquáticas, em razão da correnteza; As bandeiras flutuando ao vento; As
oscilações das copas das árvores ou dos fios elétricos quando expostas ao vento.
O princípio de funcionamento é baseado no vórtice de Karman. Quando fluídos fluem através de
uma restrição introduzida no duto, vórtices são formados pelos lados. A freqüência do vórtice é
proporcional ao fluxo médio e, desta forma, ao fluxo volumétrico. Variações de pressão causadas
pelo vórtices são transmitidas via alguns orifícios introduzidos nas laterais. Os sensores são
colocados dentro do duto é protegidos de choques, temperaturas e desgaste pela passagem do fluído.
Os sensores capacitivos detectam os pulsos de pressão e os convertem em pulsos elétricos.
Freqüência de vórtice = Stv
d
St= número de Strouhal
v = velocidade do meio
d = comprimento da restrição
Medidores Ultra-sônicos
Os medidores de vazão que usam a velocidade do som como meio auxiliar de medição podem ser
divididos em dois tipos principais:
- Medidores a efeito doppler
- Medidores de tempo de trânsito.
Existem medidores ultra-sônicos nos quais os transdutores são presos à superfície externa da
tubulação, e outros com os transdutores em contato direto com o fluído. Os transdutores-emissores
de ultra-sons consistem em cristais piezoelétricos que são usados como fonte de ultra-som, para
enviar sinais acústicos que passam no fluído, antes de atingir os sensores correspondentes.
a) Medidores de efeito Doppler
O efeito Doppler é aparente variação de freqüência produzida pelo movimento relativo de um
emissor e de um receptor de freqüência. No caso, esta variação de freqüência ocorre quando as
ondas são refletidas pelas partículas móveis do fluído. Nos medidores baseados neste princípio ( ver
figura abaixo), os transdutores-emissores projetam um feixe contínuo de ultra-som na faixa das
centenas de khz. Os ultra-sons refletidos por partículas veiculadas pelo fluído têm sua freqüência
alterada proporcionalmente ao componente da velocidade das partículas na direção do feixe. Estes
instrumentos são consequentemente adequados para medir vazão de fluídos que contêm partículas
capazes de refletir ondas acústicas.
b) Medidores de tempo de trânsito
Ao contrário dos instrumentos anteriores, estes instrumentos não são adequados para medir vazão
de fluídos que contêm partículas. Para que a medição seja possível, os medidores de tempo de
trânsito devem medir vazão de fluídos relativamente limpos. Nestes medidores ( ver figura abaixo ),
um transdutor – emissor - receptor de ultra-sons é fixado à parede externa do tubo, ao longo de duas
geratrizes diametralmente opostas. O eixo que reúne os emissores - receptores forma com o eixo da
tubulação, um ângulo α. Os transdutores transmitem e recebem alternadamente um trem de ondas
ultra-sônicas de duração pequena. O tempo de transmissão é levemente inferior (t1) orientada para a
jusante, e levemente superior (t2) quando orientada para a montante. Sendo L a distância entre os
sensores, V1 a velocidade média do fluído e V2 a velocidade do som no líquido considerado.
O princípio de funcionamento é baseado no tempo de trânsito de sinais no meio. Um sinal acústico
(ultra-som) é transmitido de um sensor a outro. Este pode ser tanto na direção do fluxo, quanto
contrário ao fluxo. O tempo do trânsito do sinal é medido. De acordo com princípio físico, o sinal enviado na direção do fluxo requer menos tempo de trânsito que o sinal enviado contra o fluxo. A
diferença entre os tempos de trânsito é proporcional à velocidade do fluído.
V ≈ ^ t
Q = V ⋅ A
V = velocidade do fluído
^t = diferença de tempo de trânsito
Q = fluxo volumétrico
A = seção cruzada do tubo.
Medidas de vazão por Temperatura
Medida térmica é um bem estabelecido método de medir fluxo de fluídos. Ele opera monitorando o
efeito de arrefecimento de um fluxo de gás, quando ele passa através de um sensor. O gás fluindo,
passa por dois transdutores RTD tipo PT100. Um destes é usado para sentir a temperatura do fluído,
enquanto que o outro é usado como aquecedor. Este último é mantido a uma temperatura diferencial
(relativa a temperatura atual do gás) variando a corrente sobre ele. Maior o fluxo passando sobre o
sensor aquecido, maior é a corrente exigida para manter constante a diferença de temperatura. A
corrente do sensor aquecido é proporcional ao fluxo do gás